quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Momo e no Tegami


          Filme assistido por partes no meu celular, porque na TV dá trabalho e só preguiça mesmo. [reparando em como está ficando cada vez mais complicado escrever sem abreviações, ou sem esperar que a palavra se corrija sozinha. Estamos ficando preguiçosos, sistematicamente]. Ouvi alguém dizer que assistir filmes no celular tira grande parte da experiência que é a sétima arte. A modernidade está acabando comigo. Enfim, gostei do filme. Não te faz criar muitas expectativas, nem é cansativo, nem tem grandes valores morais em jogo. É um filme para se aproveitar. Do tipo que está em falta.

          Sobre filmes com críticas a sociedade: sim são importantes. Mas não é obrigatório que todos sejam, nem que mostrem isso de uma forma exagerada ou ridícula. Cara, as pessoas conseguem aprender mais com coisas que não foram feitas especificamente no intuito de ensinar. Cada vez mais tentam nos forçar a aprender, quando uma psicologia reversa poderia ser bem mais proveitosa. Jovens não gostam de se sentir manipulados a fazer algo. Eles tem um arraigado senso de resistência à autoridade.


           Momo tem uma discussão com seu pai, e antes que façam as pazes, ele morre. Ela e sua mãe acabam indo morar numa pequena ilha com os avós. Como era de se esperar, a garota acha o local tedioso. Até que aparecem três youkais, saídos de uns quadrinhos antigos, e começam a bagunçar a vida dela.


          Gosto dessa cultura de divindades e youkais. Queria estudar isso mais a fundo. As figuras do filme, meio que já são conhecidas, em formas parecidas em outros animes: Jigoku Shoujo, Rosario to Vampire, Natsume Yuujinchou, Inuyasha, Kamisama Hajimemashita, etc. E também a lição trazida de que devemos tentar não brigar com as pessoas que gostamos, pois nunca se sabe o que pode acontecer.


          Acho esse sorriso muito esquisito. A animação e design me lembra algo que já tenha assistido. Pessoas velhas vivem de recordação.


          Já essa imagem, acho muito engraçada essa reação. Também me parece algo que se repete em animes. Personagens estranhos com reações exageradas.

sábado, 4 de agosto de 2018

Antes

"Lucy, não pode brincar com os meninos!", Ana lamentava. A irmã nunca seguia as ordens dos pais. "Porque tenho que cuidar dessa criança?". Lucy era destemida, sempre buscando ação e confusão. As brincadeiras das garotas nunca foram suficiente para o tanto de energia de que dispunha.

Lucy acorda. Agora não é mais uma criança de pele lisa. Já não tem mais a irmã para lhe dizer o que é certo e o que é errado. Abre os olhos lentamente, pois sua cabeça dói de forma insuportável. Onde estou? Senta-se com cuidado e analisa o quarto ao seu redor. Madeira. Tudo parece ser feito de madeira. Há roupas jogadas por todo canto. Um cinzeiro transborda no criado mudo a seu lado da cama. Eu não tinha parado de fumar? Quando seus olhos se acostumam a penumbra, consegue enxergar os ponteiros do relógio caído ao pé da parede. Passam das três da madrugada. Como diabos eu vim parar aqui? O lugar cheira a sapato sujo, molhado. Não há nada a que sua mente consiga se agarrar para formar uma lembrança coerente.

Uma luz se acende no comodo ao lado. Uma sensação de pavor intensa sobe por sua garganta. Seu corpo gela em expectativa. Seja o que for que vai acontecer, sua mente parece já ter passado pelo mesmo. Pés desconhecidos se arrastam em direção à porta do quarto. A maçaneta gira. O tempo para. Preciso de uma arma. Algo para me defender. Preciso fugir daqui. Não posso fazer nenhum barulho. Sua mente trabalha no limite. Lágrimas ameaçam turvar sua visão. Não! Preciso enxergar. Ela tenta se controlar. Seu peito dói. A vontade de gritar a atormenta. Não posso gritar. Isso já aconteceu.

A porta se abre. Um homem entra no quarto, trazendo um copo de alguma coisa fumegante. "Já acordou, Docinho?" Seu sorriso é alarmante. Seus olhos transparecem o desejo. Desejo desperto pelo pavor estampado no rosto de sua vítima. Ela parece mais calma. Deve ter aceitado seu destino. Preciso mudar isso. Preciso de alguma diversão. "Você precisa beber algo, Docinho. Não queremos desmaiar de novo, não é mesmo?". Essa vagabunda acha que vai escapar. "Aqui, tome um chocolate quente. Vamos conversar." Ele se aproxima cautelosamente. Ela já tentou fugir algumas vezes. E é muito forte quando está com raiva. Drogá-la foi a melhor decisão, mesmo que tire um pouco da diversão. Pelo menos não preciso de amarras. 

Ele entrega o copo a garota trêmula com um sorriso, a excitação da caça em antecipação. Ninguém ouvirá seus gritos. E se ouvirem, pouco importa. Aqui ninguém se mete.

Lucy aceita o copo e toma um gole sofregamente. Sua mente parece clarear um pouco. "Vamos, Docinho. Quero você bem for--" O homem alto e barrigudo nunca teve a chance de terminar sua fala. Lucy jogou o restante do conteúdo do copo em seu rosto. E enquanto ele gritava de dor pela queimadura, ela acertou sua cabeça com o cinzeiro. O cinzeiro era de pedra e se rachou ao meio, e o homem caiu desacordado no chão com um baque. Lucy levantou, tropega. Pegou o casaco que estava junto a porta. Parece que voltei a fumar. Pensou ela, e acendeu um cigarro. Foi ao comodo vizinho e pegou uma garrafa de uísque.

"Bebida pavorosa!" Disse ela derramando o conteúdo marrom sobre o homem. Sua última lembrança foi de uma explosão enquanto entrava no bosque próximo a casa. Ela parou para observar a beleza das chamas, mas logo perdeu o interesse pois o ar tão puro estava ficando saturado com a fumaça. Deu as costas, e partiu.

Que lugar é esse? Isso não para mais de acontecer? Olhou ao redor. Era noite, e estava próxima a uma fogueira, coberta em algum tipo de pele de animal. Sentou-se rapidamente para verificar sua situação. Estava só. Ouviu um barulho de folhas sendo pisadas, e um odor doce e almiscarado preencheu o ar. "Ah, parece que nossa hóspede acordou!" Disse um homem jovem. Jovem e forte. Droga! Aquele outro pelo menos parecia burro. Olhou ao redor em busca de alguma coisa que pudesse ser usada como arma. Não havia nada. Estava em uma clareira limpa no que parecia ser uma floresta. Talvez pudesse pegar um galho da fogueira.

Jeremy a observou cuidadosamente. Estava assustada e parecia querer se proteger dele. Que ideia mais engraçada. Como se eu que fosse o predador. Em voz alta disse: "Você não precisa se defender de mim. Seria incapaz de ferir outra criatura. Não aqui. Nem mesmo em autodefesa."

Ele se aproximou, a passos lentos para não assustar sua hóspede. Ao se aproximar da fogueira Lucy pode notar que usava calças do mesmo material que sua manta. Não vestia nada sobre o peito, e estava descalço. Descalço. Espera, aquilo são... 

Continua..

domingo, 29 de julho de 2018

Darling in the Franxx

¬¬ Parece que consigo ver animes de novo. Talvez por que eu devesse estar fazendo outra coisa [muitas outras coisas]. No entanto, acho bem estranho minha forma de escolher animes. Tava vendo um da nova temporada, Asobi Asobase, e estava bem legal, até acabar o terceiro episódio e eu ter que aguardar lançar um novo. Enfim, depois de ver Mahoutsukai no Yome [bom demais], estava cansada de ver mais shoujos [também porque acho que não tenham sobrado muitos], decidi ver Boku no Hero Academy. Mas aí, não estava realmente afim de ver, por que odeio ver esses animes muito comentados. Aí decidi escolher uma letra e pegar um anime da lista. A escolha é estranha porque eu não gosto de mecha, e ando evitando shounens há alguns anos. E ainda tem essa cena ecchi bizarra:


É. O anime é sobre robôs controlados por casais de adolescentes, onde as mulheres costumam assumir essa posição. Poisé, bateu até um feminismo. O que me fez ir adiante foi esse rostinho:


E meu gosto por personagens desafiadores e capazes de perder o controle e destruir tudo de cabelo rosa:

Haruko - FLCL

Mirai Nikki


Inori - Guilty Crown

Crona - Soul Eater

Lucy - Elfen Lie


















Moka - Rosario to Vampire























Apesar de que não lembro o gênero de Crona, não que faça diferença. E a Moka, a louca era a de cabelo branco, que era a transformação dela. 

SPOILER - E mesmo com todas essas citações, a história me remete a Deadman Wonderland, ou mesmo Guilty Crown, onde o personagem meio sem graça e incapaz de agir diante de sua realidade, se depara com uma garota poderosa, que o faz se tornar mais forte. E no fim, eles já haviam se encontrado na infância, onde ela era torturada em experimentos científicos. O garoto ajuda a menina a fugir, temporariamente, porém eles são capturados e a memória do garoto é apagada. A garota continua com sua obsessão pela única pessoa que lhe mostrou caridade. Até que se reencontram, e algum evento traumático traz a memória de volta. Sério. Se você ver os três animes, vai ver que essa estrutura é a mesma. E ainda assim, indico cada um deles, porque são muito bons em si.

Zero Two - Darling in the Franxx

Já que está sendo um post de citações, essa imagem acima me faz lembrar de Simca, de Air Gear, que, por acaso, também tem o cabelo rosa. Desse não posso falar muito, pois nunca terminei de ver. Nem mesmo cheguei perto [volta pra lista].

Simca - Air Gear
Agora imagens que baixei porque achei interessante, mas não tenho mais o que comentar:





sábado, 21 de julho de 2018

A Velha e a Casa

"I can only connect deeply or not at all." - Anais Nin

           Dizem que contos de fadas são invenções para entreter as crianças. Dizem que sonhos são respostas de seu inconsciente a preocupações cotidianas. Dizem que nada está escrito em pedra. Dizem que o futuro é incerto. 
          Gosto de acreditar na história japonesa que diz que as pessoas que você conhece passam a estar conectadas a você por uma linha vermelha presa ao seu dedo mindinho. Curioso como tanta gente passa pela nossa vida. E quanta gente passa a ter uma importância vital, por conta de alguma decisão que tomamos, algum "sim" algum "não". E nos apegamos a ideia de que não seria possível a vida sem elas. Ou que ela seria mortalmente tediosa. Eu, por mim, não queria me apegar a esse tipo de noção, de que seria capaz de me prender a um lugar, a uma pessoa, a uma história. Sempre me pareceu um grande desperdício, com tanta coisa a se explorar e conhecer e ver e viver. 
           Não me arrependo. Vendo hoje as linhas minúsculas que se formaram, despercebidas ao longo dos tempos ocupados, a preencherem meu rosto cansado, porém resoluto. Tenho minhas lembranças para me consolar nos tempos de dúvida e solidão. A consciência fraqueja ao longo do dia, e muitas vezes me pego pensando em tempos mais agitados e felizes, enquanto a água do café se esvai, evapora. Sentada em minha cadeira de balanço, no topo do mundo, bebo me café e me afogo em lembranças. O visual daqui é realmente de tirar o folego, como disse o ansioso vendedor, que se despediu como se estivesse se desfazendo de um grande peso. Na hora uma sombra se assomou em minha mente: "Teria sido um mau negócio, afinal?". Não consegui realmente acreditar nisso. Olhando a paisagem que se apresentava à frente: um vasto conjunto de morros e pequenas colinas à esquerda, com uma parede de árvores frondosas à minha direita. Em frente, uma lago calmo e profundo e escuro, como a mente humana. Lembro-me de passar horas e horas observando esse lago e meditando sobre eventos passados e vindouros. 
          Então, já não era considerada mais uma moça, tampouco era de fato uma senhora. Adquirir a propriedade foi um impulso. Pareceu certo, um lugar calmo, vasto, para contrapor toda uma vida de agitações e pequenos quartos encardidos.
          Mas ninguém se interessa por rememorações de uma velha, em quem os cabelos brancos já ultrapassam em muito os demais. Jeremy diz que é porque sempre contamos as mesmas histórias como se fosse a primeira vez, sem nos darmos conta de que é a décima, ou pior ainda, que acrescentamos detalhes a cada contagem. Vou então, fazer um breve relato sobre a minha vida antes de ela realmente começar. Parece certo deixar um relato de sua vida, quando ela está tão próxima de terminar. Ou talvez seja apenas a arrogância de achar que somos tão importantes, ou que nossa vida seja tão interessante a ponto de alguém se interessar por lê-la. 

          Minha vida pode ser dividida em duas partes, antes e depois. 

sábado, 23 de dezembro de 2017

Jogador Nº 1

Autor: Ernest Cline
Tradutor: Carolina Caires Coelho

Gênero: Ficção Científica/ Distopia
Editora: Leya/ Casa da Palavra
Nº de Páginas: 464



"Eu a compreendia, confiava nela e a amava como uma amiga querida. Nada daquilo havia mudado nem poderia mudar por algo tão pequeno como sexo, cor da pele ou orientação sexual."



         Desde A Máquina do Tempo, H.G. Wells, ou até mesmo antes de ler esse livro, nunca gostei muito do tema viagem no tempo, ou visões futuristas fantásticas. E, na verdade, sou um porre com relação as coisas que gosto ou não gosto. Sendo uma difícil tarefa me dissuadir de minhas ideias já estabelecidas. Logo, foi meio complicado começar a ler esse livro que se passa em 2044 e uma realidade completamente diferente da nossa. Um novo tipo de distopia, e como esperado, boa pra uns, não tanto para outros, e inviável em termos humanos.

          Wade, nosso protagonista, está prestes a se formar em sua escola virtual. Isso porque toda a humanidade passou a adotar a realidade virtual para fuga da realidade em que se encontra, e também porque esse passou a ser o ideal de normalidade. Pode parecer estranho, porém, dez anos atrás nós íamos até as pessoas para saber como estavam suas vidas, e, hoje em dia, tudo é feito por redes sociais. Oasis é a realidade virtual do livro. Um universo que pode ser acessado com um visor e luvas de realidade virtual.

          O planeta atingiu seu limite de uso de combustível fóssil [estamos quase lá..]. As pessoas buscam novas formas de se manter vivas. Houve o esperado aumento da miséria, e Wade vive em um trailer com mais 11 pessoas. Esse trailer se encontra num setor de trailers, sendo que por conta da superlotação eles estão uns em cima dos outros, o que ficou conhecido como "Pilha" [no Brasil temos a nossa versão de madeirite, vulgo favela...]. Wade é muito pobre, mas é bom com computadores, e é obcecado por jogos. Para ter acesso ao Oasis, ele teve de optar pela escola virtual, recebendo o visor e as luvas da escola. 

          Imagine: praticamente ninguém mais precisa se encontrar pessoalmente. Tudo é feito através do Oasis. Compras, trabalho, escola, relações. Tudo passa a ser virtual, uma grande fuga da feiura do mundo. E você não precisa mais tentar atingir padrões de beleza social. Tudo que você tem que fazer é criar um avatar, no qual você pode alterar tudo, até mesmo seu padrão de voz. 


          Tudo isso foi criado pelo bilionário James Halliday, fanático criador de jogos e fascinado pela década de 1980. Ao falecer, ele deixou como testamento um último jogo, e quem o vencesse seria o herdeiro de seu legado [e da grana dele]. Isso deixa todos em alvoroço, buscando o Ester Egg [uma mensagem, imagem ou algo do tipo, escondida em um trabalho], que foi escondido no Oasis por Halliday. Para tanto seria necessário conhecer muito sobre jogos e sobre a década de 80. E, então, começa a caça ao ovo [egg], envolvendo tanto pessoas comuns quanto empresas que estão atrás do patrimônio de Halliday.

          Dito isto sobre o contexto, sobra falar sobre a aventura empolgante em que a história é estruturada. Ela faz com que você torça pelo personagem e se sinta tão frenético quanto ele tentando ser o primeiro a desvendar o jogo. Para que curte games e cinema, é um show de citações, principalmente sobre a década de 1980. Confesso que fiquei boiando em muitas das citações [fazer o quê, sou da década seguinte...]. A versão cinematográfica foi lançada em 2018, com direção de Steven Spielberg  [o que elevou bastante as expectativas]. O filme, como muitos filmes baseados em livros, não seguiu a ideia fundante da obra original. Foi mais um filme glamorizando o capitalismo e esquecendo dos valores que o autor realmente queria passar.


Link para compra do livro pela Amazon:


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Crepúsculo x 50 Tons de Cinza



          A desocupação nos leva a fazer coisas estranhas. A falta de vontade de fazer as coisas que a gente deveria estar fazendo, muito mais. Mas veja, sou formada em língua inglesa, o que inclui literatura. Sempre fui apaixonada por livros, razão pela qual escolhi esse curso. E já li os tão aclamados livros clássicos, os mais famosos e inteligentes, as fantasias, romances e bons autores, enfim. E, com base nisso, as pessoas não conseguem entender porque eu gosto de livros considerados "ruins", para dizer o mínimo. E veja bem, não vou me propor a explicar isso. Na verdade, resolvi traçar um paralelo entre dois romances que são esculachados pela crítica: Crepúsculo e 50 Tons de Cinza. Por que? Porque eu quero.

          Começando pela diferenciação livro/filme. Em ambos os livros as garotas são pessoas comuns, meio sem sal, que estão vivendo a vida delas, até que aparece alguém sensacional que as leva a ver a vida de outra forma. O problema dos filmes é fazer essas garotas "sem sal" beirarem o retardo mental. Elas são tímidas, mas de opinião forte. Ambas tem uma família não muito estruturada, seja lá o que isso for, o que influencia quem elas se tornaram.

          Já os homens são muito ricos, lindos (questionável se formos pelo filme), tem um passado sombrio, alma angustiada, e são potencialmente perigosos. É até engraçado ver os filmes, Edward e Grey falam quase a mesma coisa, sobre não serem o parceiro ideal e que é melhor que elas se afastem. Acho que é aqui que as autoras começam a traçar as linhas que prendem os leitores à história. Um mistério, e um amor impossível (ou, pelo menos, um bem complicado). E aquela visão de que aparecerá alguém, quando o amor for verdadeiro, que conseguirá mudar a pessoa para melhor. Culpem a Disney.

          E se você vê, é bem cliché, o "vou te amar para sempre", as cenas onde elas são salvas de caras babacas, o segurar o cabelo para vomitar, muahahah, eterna donzela em perigo com seu cavaleiro em carro importado. Ainda gosto mais da inevitabilidade de Crepúsculo. Edward não pode deixar de ser o que é. O Grey poderia ir a um psicólogo. Se bem que acho que ele foi a alguns, não lembro direito. Além disso, há muito mais de amor simples e puro no conto dos vampiros. Christian já começa agindo meio babaca com o contrato (e o resto).

          E como maníaca por Alice no País das Maravilhas, não poderia deixar de notar os bilhetes de "Eat me", "Drink me", que Christian deixa para Anastasia, quando ela bebe demais e desmaia. Não encontrei paralelo em Crepúsculo. Deve ser porque estou assistindo o filme do Grey enquanto escrevo. E esse é o segundo filme de hoje, o primeiro foi O Livro do Amor, que também tinha o recado de "Drink me". As melhores pessoas são loucas, não é mesmo Alice??

          Agora entendi porque nunca terminei os livros do Grey, ele é mandão demais. Não como se fosse proteger, ou desistir de tudo pela pessoa que ama. Mais como "eu posso ter tudo o que eu quero". Arrogante, meio birrento. Ainda prefiro os Kimi ni Todoke da vida. E também sei porque não vi todos os filmes de Crepúsculo, o filme é paradão. Acontece alguma coisa a cada dez minutos par acordar a platéia. O resto é bem monótono. Imagino que seja por ser um livro em primeira pessoa, cheio demais de sentimento. Se tirarmos os floreios sentimentais não sobra muita coisa com que se trabalhar.

          E os relacionamentos estão todos bugados no filme. A família dele parece muito distante. A irmã dele era uma das personagens mais fáceis de gostar, e virou aquilo. Ohh também tem a cena do campo da flores, tão emblemática em Crepúsculo. Os dois presenteiam as mulheres com carros novos, para substituir os outros, um tanto duvidosos (fusca e picape velha). Os dois tocam piano.

          E o povo de direitos humanos nem pode reclamar dos três tapinhas que ele dá nela, pareceu muito pior no livro. E lembrando de cenas estranhas, a descrição da Bella de beijar o Edward é hilária porque, imagina beijar um cara que além de gelado, brilha?? E a autora faz parecer a melhor coisa do mundo. As feministas certamente não devem ficar nada felizes com essa submissão da mulher, exibida a milhões de telespectadores, que não vão, depois, entender a diferença entre consensual e assédio. Apesar de esse tema ser bem explorado no filme e no livro.

         Um ponto que achei pouco explorado nas Aventuras do Sr. Grey, foi seu passado traumático, e a forma como ele foge de ser tocado sob qualquer circunstância. Vamos lá, esse passado obscuro é o que mantém a história de pé. E esse é até um tema batido, lembro de uma história com um Sr. Roark, que era muito melhor. Romance policial. Até Freud era a favor de que traumas na infância podem causar comportamentos não muito bem aceitos na sociedade na vida adulta. Se bem que, quando será que nossa sociedade deixará de ser tão estupidamente hipócrita??

          Assisti ao segundo filme no cinema com colegas de trabalho. Coisa mais divertida do mundo. Um monte de mulheres reunidas gritando por besteira. Parecia mais comédia que qualquer outra coisa. E o Taylor é mais bonito que o Grey, e que voz!! Fiquei lembrando do Alfred em um dos filmes do Batman. Trocaram o dublador brasileiro, sabe-se lá porquê, e a voz do Batman ficou com o Alfred. 

          E acabou muito sem sentido. Lembrava que o drama com a outra submissa era no primeiro livro. Podia ter uns lobisomens, está faltando competição aqui. E é isso. Até porque não sei o que acontece no fim. Talvez o cliché de casar e ter filhos e então virar pessoas normais.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Anne of Green Gables - Anne with an "E"


          Anne of Green Gables esteve na minha lista de leituras por algum tempo. Até baixei o livro, que acabei não lendo porque tem mais de 2 mil páginas. Calma, nem é isso tudo. A verdade é que tem vários livros compilados. O primeiro é Anne of Green Gables, seguido por Anne of Avonlea, Anne of the Island, Anne of the Windy Poplars, Anne's House of Dreams, Anne of Ingleside, Rainbow Valley e Rilla of Ingleside.

          Não sou muito boa em animar quem não gosta de ler a ler. Enfim, este é o tipo de livro que você não se importa com a quantidade de páginas, pois a leitura é prazerosa. Um refúgio do mundo moderno e torpe. Anne é de uma pureza impar, e uma personalidade tão radiante. Ela anseia por viver e aprender, sempre muito curiosa. Tem uma paixão pelo mundo e pela literatura, e pela natureza, e trata a imaginação como uma qualidade inestimável, e sem a qual não sabe como as pessoas vivem.

          Chamo a atenção pra isso porque as crianças de hoje não fazem grande uso da imaginação. Parece que tudo lhes é dado de bandeja para que não tenham que pensar por si mesmas. E talvez seja isso mesmo, um bando de alienados na frente de telas, incapazes de enxergar o mundo ao seu redor, quanto mais alterá-lo.

          O que me fez ler de fato o livro foi a série da Netflix que se baseia nessa história: Anne with an "E". A atriz é maravilhosa, a trilha sonora é linda, o cenário, a estruturação, tudo. Ao ler o livro reparei que tem muitas alterações, acho que até para acompanhar preocupações das garotas de hoje. Até porque o livro, às vezes é bem vago quanto a detalhes. As coisas acontecem muito rápido. Não é como os romances atuais, onde um dia da pessoa é esmiuçado, e todas as emoções são descritas. O narrador é um tanto distante. E, nossa, a série é uma explosão de cores e emoções. Fazia tempo que não assistia nada que me fizesse querer continuar vendo sem para até acabar.




Bem, agora Anne tem dezesseis anos, e tem muitas responsabilidades. Preciso ler os demais livros para saber mais. E também aguardo ansiosa a segunda temporada da série. Vou deixar a abertura da série e o trailer oficial. Quem sabe não te interessa também??