segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

My Lesbian Experience with Loneliness

 Mesmo que o título dê margem a interpretação, esse mangá não tem o foco num relacionamento homossexual. É o relato pessoal da autora, de como, ao longo da vida, ela nunca teve um sentimento de pertencimento a algum lugar. Ela tinha as amigas da escola, e depois as da faculdade, mas quando se formava esse grupo se dissolvia. Ela tentou se realizar no trabalho, sempre tentando ganhar o respeito dos pais. Esse é um dos motivos por que ela se vê presa: tentar agradar os outros.

Trabalhando meio período ela consegue juntar dinheiro, e logo percebe que a realização disso não serve pra nada. Isso é totalmente nossa busca capitalista. A gente estuda, pra quando se formar ser feliz, e vê que ainda não estamos lá. Aí vem vestibular, passamos e ficamos felizes, brevemente, a faculdade não é um mar de rosas. Nos formamos e a sensação de dever cumprido dura pouco. Temos que arrumar um emprego, sermos úteis. Arrumamos o maldito emprego, que odiamos, mas paga as contas. E então nos esforçamos mais pra conseguir um emprego melhor. Aí, sim, seremos felizes. Só que o bom emprego também não nos satisfaz. Estamos vazios. Envelhecendo, sem saber o que a vida quer de nós. E tudo isso é explorado no mangá, mais a parte dela ser homossexual, que é mais um fator a ser cobrado socialmente. Não é nenhuma surpresa que ela entre em depressão.




Também é mostrado como as pessoas com depressão costumam ser tratadas, como se só não estivessem se esforçando o suficiente. E é legal como ela lida com isso. Um dia ela toma a decisão de se encontrar com uma prostituta [aqueles segundos de coragem insana..]. Uma decisão que pode parecer estranha, mas é o que faz o mundo dela voltar a girar. Ela enfrenta um mundo de inseguranças e julgamentos para conseguir isso. E muito importante: essas metas que nos impomos, muitas vezes, é o que nos corrói e deixa infelizes. Talvez se concentrar nas pequenas coisas que gostamos de fazer seja a melhor forma de encarar a vida e ser feliz o máximo possível.

Abaixo estão algumas imagens do mangá. Traduzi da melhor forma que consegui. Acredito que a versão em português já esteja disponível pra compra [Atualizando: disponível em português pela Amazon: Minha Experiência Lésbica com a Solidão].

Nunca pareceu que meus pais tivessem nenhum interesse em admitir que a filha deles estava doente.
- Estar ansiosa e com medo, é como equilibrar um copo cheio de água na cabeça, e nunca ter permissão de derramar uma única gota.
-Hmm, mas não há nenhum copo, querida.

- Para que estou ganhando esse dinheiro mesmo?
Não há nada que eu queira. Nenhum lugar que eu queira ir.

Eu estava sempre correndo pra algum lugar, não importava a hora...
Nunca me sentindo feliz ou confortável em nenhum lugar.

- Eu quero cuidar de mim mesma sozinha,
- Quero saber o que eu quero...!!

... Não consigo dormir!! 

A menos que eu abra meu coração, sinto que a solidão nunca irá embora.
- Estou tão triste...
 
Eu achava que todos iriam se encolher de desgosto se fossem confrontados com meu eu de verdade.
- Oi. Essa sou eu de verdade.
- AAHH!

- Ahhhhh...! Por que tenho que me sentir culpada por fazer isso!!?
- É a minha vida! Sou uma adulta! 

Então não fiz nada além de checar meu celular o dia todo.

Cuidado com o monstro chamado celular. Cada dia vivemos menos e postamos ou curtimos ou visualizamos mais. É como tentar preencher o vazio aumentando ele.

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