segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Teorias do Comércio Internacional

Mercantilismo

Pregava dois tipos de comportamento inter-relacionados de comportamento para estados internacionais:

  • A obtenção de superávits nas transações externas;
  • O consequente acúmulo interno das moedas internacionais do período: ouro e prata. 
A ideia era um comércio nacionalista, em que se buscava interesses próprios em detrimento dos outros países. Devia haver o máximo de exportações e o mínimo de importações.

O comércio funcionou dessa forma por três séculos - XVI ao XVIII. A intervenção do Estado era fundamental, pois este garantia privilégios e exclusividade [companhias de comércio]. Assim, ganhavam os grupos envolvidos com o comércio externo, e estes financiavam o Estado nacional - ganho mútuo.

A política colonialista sofreu influência do mercantilismo, tendo por objetivo explorar ao máximo as colônias em prol do enriquecimento do mercado europeu, ou em busca de metais. Por essa razão haviam barreiras a qualquer tipo de produção que não trouxesse ganhos de comércio às metrópoles.

A doutrina mercantilista passou a ser criticada na segunda metade do séc. XVIII, coincidindo com a Revolução Industrial, que mostrava novas formas de obter lucros com a produtividade. Um de seus maiores críticos foi Adam Smith, que defendia o livre comércio [não intervenção do Estado].

Teoria das Vantagens Comparativas

Se um país produz algo melhor, dizemos que ele tem vantagem absoluta na produção deste bem ou serviço, em relação a outro país. Agora se um país detiver vantagem absoluta na produção de ambos os bens, tem-se que verificar a vantagem comparativa na produção desses bens. 

Ex: A imagem abaixo mostra a produção de carne e cereais por Pedro e José, numa jornada de 8 horas de trabalho [4h para cada produto]:




Levando-se em consideração o custo de oportunidade, a cada hora adicional que Pedro dedica à produção de cereais, ele deixa de produzir 6 kg de carne e pode produzir 12 kg de cereais. O custo de oportunidade da produção de 1 kg de cereais é 2 kg de cereais, enquanto o CO da produção de 1 kg de cereal é de 1/2 de unidade de carne. 

Para José o CO de 1 kg de carne é 4, enquanto para a produção de cereais o CO é de 1/4.

Assim, Pedro tem um custo de oportunidade menor que José em carne, mas José tem um CO menor em cereais. Logo, Pedro tem vantagem comparativa na produção de carne, e José na produção de cereais.

Nesse caso, se José der 3 kg de cereais para Pedro em troca de 1 kg de carne, os dois melhoram de situação. Sem a troca, José, para obter 1 kg de carne, teria que deixar de produzir 4 kg de cereais, tendo um custo maior. Pedro, por sua vez, para obter 3 kg de cereais, teria de abrir mão de 1,5 kg de carne, também com custo maior. 

A lição a ser tirada do exemplo é que a especialização na produção pode ser vantajosa para os dois lados, cada um se especializando no bem que produz com menor custo relativo [CO]. O que conta são os custos relativos na produção de um bem em relação ao outro produtor. Isso abre espaço para o comércio com ganho mútuo.

As Curvas de Possibilidades de Consumo também se alteram se houver comércio. Se inicialmente, por exemplo, Pedro consumia 38 de carne e 20 de cereais, e José 8 de carne e 32 de cereais [CPC= CPP]. Especializando-se na produção de carne, Pedro poderia trocar com José 10 kg de carne por 30 de cereais. Seu consumo seria então 38 de carne e 30 de cereais: o ponto B, que antes era inatingível. José por sua vez, especializando-se na produção de cereais , após a troca, ficaria com 34 kg de cereais [64 produzidos menos 30 da troca], e 10 de carne, consumindo mais que antes. A troca melhora o bem-estar para ambos:


 

Essa teoria das vantagens comparativas foi proposta no século XIX por David Ricardo, economista inglês, e é central na análise do comércio internacional.

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