segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Civilização Romana

    A civilização romana teve sua formação histórica com a migração Indo-Europeia de povos etruscos, latinos e gregos. A 1ª Fase de seu período teve a dominação da Monarquia Etrusca (753-509 AP) [é AP mesmo, uma nova unidade de medida de tempo que quer dizer antes do presente, uma conta bem complicada, pesquisem se se interessarem]. Esta era formada a partir do crescimento dos genos (um tipo de organização social, como os clãs), e da criação do senso de propriedade privada da terra. A sociedade era dividade de acordo com a pirâmide abaixo, onde quanto mais renda a pessoa tinha, mais direitos também. 





     A 2º fase foi a República (509-27 AP), onde foram implementados os sistemas administrativos e patrimoniais do Estado. Estado aqui significando um bem público, o que levou a ruptura com a estrutura monárquica [onde o estado era o rei]. A república nesta época não é a mesma que a atual, como a de Atenas também não foi. Essa república tinha participação censitária: somente a parte rica tinha direitos políticos. Essa nova forma de sociedade tinha também uma nova estrutura, não tão diferente assim da anterior: patrícios > equestres > clientes > plebeus > escravos.

    Nesse período foram constantes as lutas sociais: a plebe queria acesso as terras para ter poder político, que era determinado por essa riqueza. Outra pauta deles era o fim da escravidão por dívidas (imagina você dever e não conseguir pagar e se tornar escravo de outra pessoa por causa disso). Esse desejo por terra é um dos fatores que explica o expansionismo romano: os patrícios, ricos, queriam mais escravos para trabalharem para eles; os plebeus queriam terras; e os equestres (novos-ricos e comerciantes) queriam expandir seu comércio. 

    O resultado disso são as Guerras Púnicas entre Roma e Cartago. Roma sai vitoriosa, conseguindo expandir seu território e formar latifúndios [propriedade rural voltada a produção]. Com as guerras, os generais, que já eram patrícios, ganham poder, se tornando os donos dos latifúndios, além de membros do senado (militarização política). Uma outra consequência das guerras é a expansão da mão de obra escrava, tanto no campo quanto na cidade. Isso ocasiona um êxodo rural da plebe, que perdem seus empregos para os escravos. As novas terras conquistadas viram colônias de Roma, e são usadas para abastecer a capital e controlar a inflação de sua população crescente.

    As revoltas populares são tantas que levam à crise da República. Mesmo após as guerras a plebe não recebe as terras prometidas, que ficam com os generais. Há uma tentativa de reforma agrária que é abafada pelos patrícios e generais, gerando mais revoltas e instabilidade política entre o partido aristocrático e o popular. O senado, então, convoca a ditadura (que era prevista na constituição, pelo período de 1 ano, quando então poderia ser reavaliada. É óbvio que, uma vez no poder, tirar um ditador não seria fácil).

➥  A Ditadura Militar (110-79 )

    O primeiro a assumir é o General Mário. Este profissionalizou o exército, gerando oportunidade de trabalho para os plebeus, com instituição do salário, que era pago pelo general (o que criou laços entre o soldados e os generais, o que aumentava seu poder e militarizava ainda mais a política).

    O segundo é o General Sila, que obteve êxito em acabar com a ditadura e restaurar a República. 

    Enquanto isso, revoltas famosas acontecem, como a de Espártaco [Apesar de bem glamorizado, super vale a pena assistir Gladiador, filme que se baseia nessa revolta] e a de Sertório. 
    
    As revoltas são controladas por generais, o que aumenta seu prestígio. E são três generais que tomam o poder dando início ao Primeiro Triunvirato (60-49): Pompeu, Crasso e Júlio Cesar. Crasso morre e Cesar entra em guerra civil contra Pompeu. Cesar sai vitorioso e inicia seu principado (49-44). Ele ficou famoso por sua manipulação da plebe através do Pão e Circo. Apesar de toda a magnitude de sua memória na atualidade, ele não chegou a ser imperador. Júlio Cesar foi assassinado por um golpe patrício nos idos de março (15 de março). 




    O Segundo Triunvirato (44-31) é formado por Marco Antônio, que era aliado de Cesar; Otávio, sobrinho e afilhado de Cesar [usar a imagem de um líder anterior carismático não é um conceito novo..]; e Lépido. Em 33 Lépido é afastado, ficando a disputa pelo pode nas mãos dos outros dois. Otávio vence e seu principado se ocorre entre 31 e 27 a.C.. 

    Otávio tem um governo de articulação entre patrícios, plebe e sacerdotes. Ele é coroado o primeiro imperador e institui o poder imperial como advindo de Deus [imperador + augusto]. Dentre suas realização está a reforma urbana de Roma e a expansão do poder da religião. O império consegue por fim às guerras civis, e esse período fica conhecido como Pax Romana




Império (Séc. I - V d.C)

    No império a sociedade romana era patriarcal, com acentuada hierarquia militar e consequente expansão da cultura militarista. Esta fase se divide em Alto e Baixo Império.


  • Alto Império (I - III d.C.)

    Aqui a expansão romana atinge seu limite. A mão de obra é escrava, e a economia depende das colônias, através da cobrança de impostos. Esse é o período da Pax Romana, portanto, o Pão e Circo é largamente utilizado para controlar  e distrair a população, evitando revoltas. O ápice do Pão e Circo ficou conhecido como evergetismo, e era praticado pela elite com construção de obras públicas, que geravam empregos temporários, e financiamento de espetáculos. Outro objetivo era mostrar a superioridade romana sobre outros povos considerados bárbaros, usando escravos de guerra nos espetáculos. 

    O cristianismo se opunha a esse caráter divino do poder real, e ameaçava subverter a ordem imperial. Até porque os valores romanos iam de encontro com os do cristianismo: enquanto os romanos pregavam o militarismo e o materialismo, o cristianismo acreditava em valores como o pacifismo e o espiritualismo. Além de valorizar a vida plebeia, que seria salva pelo sofrimento. Isso faz com que o cristianismo se espalhe entre os mais pobres. Roma acreditava que a vida após a morte seria um reflexo do que acontecesse em vida. Logo, se você era rico e bem sucedido, permaneceria assim no além. 

    Por causa dessa disputa de poderes houve a perseguição de cristãos, que eram sacrificados em espetáculos do Pão e Circo. 
 
 


  • Baixo Império (III - V d.C.)

    Começa a queda do Império Romano. A crise se dá por causa anarquia militar: entre o imperador e os generais. Estes últimos tinham o poder de fato: os exércitos. Esses exércitos se fragmentaram, cada um indo proteger seu general. Isso deixava as fronteiras desprotegidas a ataques externos. 
 
    A Pax Romana pôs fim ao expansionismo, causando desabastecimento e inflação de Roma, que dependia de cada vez mais das novas colônias para manter sua economia estável. Houve fome e tabelamento de preços, com o objetivo de manter os produtos a preços acessíveis para a sobrevivência da população. Essa estratégia não funcionou. O fim do expansionismo também fez escassear a mão de obra escrava, que foi substituída pelo serviço do povo livre (plebe). Para trabalhar na terra do patrono e ter como sobreviver à crise, a plebe tinha que pagar tributos. Os tributos eram tantos que eles se viam presos às terras. E assim surge o colonato, origem da servidão feudal.

    O cristianismo, por outro lado, se expandiu. Tanto que o imperador Constantino deu liberdade de culto dessa religião à população, através do Édito de Milão (313 d.C.). Em 380 d.C., O imperador Teodósio através de Édito Tessalônico, instituiu a criação da Igreja Católica Apostólica Romana. Essa se tornou a religião oficial de Roma, e o imperador passou a acumular o título de papa (cesaropapismo = chefe político + chefe religioso). 
 


Teodósio e Santo Ambrósio 


    Com as fronteiras enfraquecidas, começaram fluxos migratórios de outros povos para Roma. Vendo a facilidade de entrar no império outros povos, chamados "bárbaros", começaram a invadir o império [principalmente os povos germânicos]. Como reação, o império fez uma tentativa fracassada de integrar esses povos.

    Os ataques às cidades ocasionou o êxodo urbano. Os povos germânicos tinham uma política fragmentada, e seu militarismo se baseava na relação de Comitatus [fidelidade militar entre líder e comandado.]. É nessa relação que se baseia a de suserania e vassalagem: o senhor cede terras aos seus vassalos em troca de apoio e fidelidade militar [lembrando que tanto o senhor feudal quanto os vassalos são parte da nobreza].

    Para evitar que a crise chegue à parte oriental do império, Teodósio o divide: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, sucumbe às invasões; enquanto o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, por não estar em crise, resiste às invasões [se tornando depois o Império Bizantino].

    Em 476 d.C., o Império Romano do Ocidente oficialmente sucumbe às invasões e tem início o feudalismo europeu.


C.P.: O livro História da Vida Privada: do Império Romano ao Ano Mil, traz detalhes sobre a vida cotidiana durante esse período.

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