Inicialmente as Musas eram apenas três: Meletea [Meditação ou discisplina], Mnemea [Memória ou improvisação] e Aedea [Canto ou harmonia]. Todas filhas de Zeus e Mnemosyne, nascidas para proclamar a beleza do mundo dos homens. Na poesia eram as inspiradoras dos poetas, que lhes serviam de porta-voz [para os dias atuais ficou-se a tradição de chamar Musas, as mulheres inspiradoras, principalmente, de músicas]. As Musas foram perpetuadas na poesia principalmente por suas citações em poemas épicos, como em A Odisséia e na Ilíada, de Homero. Também na Eneida [Virgílio], e na Divina Comédia [obra não tão antiga assim, de Dante Alighieri]. Costumam ser convocadas ao poema pelo autor ''Canta celeste Musa'' [John Milton], ou serem citadas como inspiradoras "Esta, que me ditou, rimas sonoras" [Luís de Góngora].
Posteriormente consolidou-se por toda a Grécia o total de nove Musas [como citado por Homero, e Hesíodo, que até as nomeia]. Eram jovens mulheres ligadas ao canto e a dança, sempre envoltas pela natureza. Elas não possuem lendas próprias conhecidas, mas participam de mitos menores, como Calíope sendo a mãe de Orfeu ou das sereias [Apesar de geralmente serem retratadas como seres virginais]. Entre seus deveres estaria cantar alegres canções nas reuniões dos deuses. Teriam o poder de trazer a mente dos poetas as aventuras que eles teriam de relatar. Do mesmo modo diz-se terem poderes proféticos. Moravam geralmente perto dos riachos e fontes. Zelavam por sua honra, e puniam os homens que por soberba as desafiavam na arte da música [como as sete donzelas, filhas do Rei Pieros, que foram transformadas em urracas (ave cujo canto se assemelha ao gemido de um gato...), por desafiarem-nas no canto].
Calíope [a da bela voz] a mais velha e sábia, era a Musa da eloquência. Representada pela tabuleta ou pergaminho, o buril [instrumento para gravar em metal ou madeira] e o estilete. Possui um ar majestoso e a fronte cingida por uma coroa de ouro. Em uma mão leva uma trombeta, e na outra um poema épico. Ornada de grinaldas, já foi amante de Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. Desposou Eagro, com quem teve Orfeu [é uma célebre, bela e terrível vampira nos livros de André Vianco...].
Clio [a que confere fama] Musa da História, seus símbolos são o clarim [instrumento de sopro] heróico e a clepsidra [relógio de água...]. Representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo a mão direita uma trombeta e a esquerda um livro intitulado "Tucídide" [possivelmente em homenagem ao historiador grego Tucídides, que escreveu A História da Guerra do Peloponeso]. Outros de seus atributos seriam o globo terrestre, sobre o qual descansa, e o tempo que se vê a seu lado, mostrando que a História alcança todos os lugares e épocas.
Euterpe [a que dá júbilo] Musa da poesia lírica, inventou a flauta, que a representa. Era uma jovem que aparecia coroada por flores, tocando sua flauta. Aos seus pés estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Querendo significar estes atributos o quanto, para os gregos, as letras encantam aqueles que as cultivam [nome de uma música de Guilty Crown].
Tália [a festiva] Musa da comédia, vestia uma mascara cômica e portava ramos de hera. As vezes mostrada portando um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins [sapato de cano médio, com cadarços trançados, usado pelos soldados brasileiros até a segunda guerra mundial, quando foram substituídos pelos coturnos... Explicação meio fora de tempo, mas provavelmente era uma bota resistente...] e uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas tem um clarim ou porta-voz [instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga] [cantora mexicana...].
Melpômene [a cantora] Musa da tragédia, usava máscara e folhas de videira. Era o oposto de Tália, carregava a maça de Hércules. Seu aspecto é grave e sério, estando sempre ricamente vestida e usando coturnos.
Terpsícore [a que adora dançar] Musa da dança, Também regia o canto coral e portava a cítara [instrumento de cordas] ou a lira. Representada coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual cadencia seus passos. Dita por alguns Mãe das Sereias [disputa com Calíope...].
Érato [a que desperta desejo] Musa dos versos eróticos, coroada de mirto [gênero de ervas] e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco.
Polímnia [a de muitos hinos] Musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Uma jovem pensativa, usando um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca [no caso, na orelha...].
Urânia [celeste] Musa da astronomia, seus símbolos são um globo celeste e um compasso. Representada em um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mão segurando um globo que ela parece medir. Musa inspiradora dos astrônomos [estudiosos dos corpos celestes e seus fenômenos] e astrólogos [estudiosos da reação dos movimentos dos corpos celestes na vida cotidiana].
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