Conhecido como o Barqueiro da Morte [ou dos Infernos], nas mitologias grega e romana, era o responsável por transportar a alma dos mortos pelo rio Aqueronte [das dores]. Algumas vezes retratado como um deus velho de barba branca, em outras com uma máscara de bronze para ocultar sua face macabra, que faria os recém-mortos repensarem em entrar na barca. Aparece sempre de pé em sua barca estreita, segurando um remo na escuridão da noite eterna e enevoada do Aqueronte.
Recolhia apenas as almas para as quais os vivos haviam celebrado as devidas cerimônias fúnebres, e que houvessem sido enterrados com uma moeda sob a língua [chamada óbolo], usada para pagar a passagem. As demais almas tinham de vagar durante cem anos, antes de serem admitidas na barca. Essas eram as almas que voltavam para atormentar os vivos, por isso era pouco comum desrespeitarem as cerimônias fúnebres [medo dos mortos voltarem para atormentá-los, ou que amados e familiares não pudessem chegar a outra margem, e ficassem a perambular pela eternidade]. Na outra margem do Aqueronte ficava o Cérberus, cão de guarda de três cabeças do Hades. Era muito dócil e gentil com as almas que chegavam, mas mostrava sua face feroz aos que tentassem fugir.
Um mortal não podia entrar em sua barca, a não ser que tivesse como salvo-conduto um ramo de ouro de uma árvore fatídica, consagrada a Perséfone, divindade que raptada por Hades, tornou-se Rainha das regiões das sombras. A Sibila de Cumas [profetisa] deu um desses ramos a Enéias, herói lendário, quando este quis descer aos infernos para rever seu pai. Diz-se que Caronte foi condenado a passar um ano nas profundezas Tártaro [prisão dos deuses, gigantes e titãs], por ter dado passagem a Hércules, que não possuía um desse ramos.

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