sábado, 23 de dezembro de 2017

Jogador Nº 1

Autor: Ernest Cline
Tradutor: Carolina Caires Coelho

Gênero: Ficção Científica/ Distopia
Editora: Leya/ Casa da Palavra
Nº de Páginas: 464



"Eu a compreendia, confiava nela e a amava como uma amiga querida. Nada daquilo havia mudado nem poderia mudar por algo tão pequeno como sexo, cor da pele ou orientação sexual."



         Desde A Máquina do Tempo, H.G. Wells, ou até mesmo antes de ler esse livro, nunca gostei muito do tema viagem no tempo, ou visões futuristas fantásticas. E, na verdade, sou um porre com relação as coisas que gosto ou não gosto. Sendo uma difícil tarefa me dissuadir de minhas ideias já estabelecidas. Logo, foi meio complicado começar a ler esse livro que se passa em 2044 e uma realidade completamente diferente da nossa. Um novo tipo de distopia, e como esperado, boa pra uns, não tanto para outros, e inviável em termos humanos.

          Wade, nosso protagonista, está prestes a se formar em sua escola virtual. Isso porque toda a humanidade passou a adotar a realidade virtual para fuga da realidade em que se encontra, e também porque esse passou a ser o ideal de normalidade. Pode parecer estranho, porém, dez anos atrás nós íamos até as pessoas para saber como estavam suas vidas, e, hoje em dia, tudo é feito por redes sociais. Oasis é a realidade virtual do livro. Um universo que pode ser acessado com um visor e luvas de realidade virtual.

          O planeta atingiu seu limite de uso de combustível fóssil [estamos quase lá..]. As pessoas buscam novas formas de se manter vivas. Houve o esperado aumento da miséria, e Wade vive em um trailer com mais 11 pessoas. Esse trailer se encontra num setor de trailers, sendo que por conta da superlotação eles estão uns em cima dos outros, o que ficou conhecido como "Pilha" [no Brasil temos a nossa versão de madeirite, vulgo favela...]. Wade é muito pobre, mas é bom com computadores, e é obcecado por jogos. Para ter acesso ao Oasis, ele teve de optar pela escola virtual, recebendo o visor e as luvas da escola. 

          Imagine: praticamente ninguém mais precisa se encontrar pessoalmente. Tudo é feito através do Oasis. Compras, trabalho, escola, relações. Tudo passa a ser virtual, uma grande fuga da feiura do mundo. E você não precisa mais tentar atingir padrões de beleza social. Tudo que você tem que fazer é criar um avatar, no qual você pode alterar tudo, até mesmo seu padrão de voz. 


          Tudo isso foi criado pelo bilionário James Halliday, fanático criador de jogos e fascinado pela década de 1980. Ao falecer, ele deixou como testamento um último jogo, e quem o vencesse seria o herdeiro de seu legado [e da grana dele]. Isso deixa todos em alvoroço, buscando o Ester Egg [uma mensagem, imagem ou algo do tipo, escondida em um trabalho], que foi escondido no Oasis por Halliday. Para tanto seria necessário conhecer muito sobre jogos e sobre a década de 80. E, então, começa a caça ao ovo [egg], envolvendo tanto pessoas comuns quanto empresas que estão atrás do patrimônio de Halliday.

          Dito isto sobre o contexto, sobra falar sobre a aventura empolgante em que a história é estruturada. Ela faz com que você torça pelo personagem e se sinta tão frenético quanto ele tentando ser o primeiro a desvendar o jogo. Para que curte games e cinema, é um show de citações, principalmente sobre a década de 1980. Confesso que fiquei boiando em muitas das citações [fazer o quê, sou da década seguinte...]. A versão cinematográfica foi lançada em 2018, com direção de Steven Spielberg  [o que elevou bastante as expectativas]. O filme, como muitos filmes baseados em livros, não seguiu a ideia fundante da obra original. Foi mais um filme glamorizando o capitalismo e esquecendo dos valores que o autor realmente queria passar.


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