domingo, 1 de julho de 2012

A Era Vitoriana

Reinado da Rainha Vitória (1837-1901), Reino Unido. Foi um período de prosperidade e paz, conhecido como Pax Britannica, resultante da expansão do Império Britânico no estrangeiro, e também do ápice da Revolução Industrial com o surgimento de novas e engenhosas invenções. A situação permitiu o desenvolvimento da classe média.

A segunda metade da Era Vitoriana coincidiu com a Belle Époque, ocorrida principalmente no continente europeu. A época se caracterizou pela rigidez de princípios moralistas e por uma típica solidez política. Ao final do século, as políticas do Novo Imperialismo levaram ao aumento dos conflitos, como a Guerra Anglo-Zanzibari, e a Guerra dos Boêres na Africa [colônia britânica, e de um monte de outros países]. A política interna se tornava cada vez mais liberal, com uma série de mudanças e o alargamento dos direitos ao voto.

Personalidades políticas como William Gladstone e Benjamin Disraeli, instituíram o parlamentarismo no país. Assim haveria maior fiscalização dos governantes. De qualquer forma, continuava a concentração de bens e terras nas mãos de poucos, e aumentava a pressão sobre a classe trabalhadora, que tinha de manter a fartura econômica [eles trabalham, mas só nobres e burgueses lucram].

Durante a Era Vitoriana, a população inglesa praticamente dobrou, passando de 16,8 milhões em 1851, para 30,5 milhões em 1901. Em 1942, foi assinado o Ato das Minas, que proibia que mulheres e crianças trabalhassem em minas de carvão, ferro, chumbo e estanho. Em 1848, 2000 pessoas morrem por semana numa epidemia de cólera.

Com o desenvolvimento das criações, ocorre em 1851 a Grande Exposição, realizada no Hyde Park em Londres. Em seu centro havia o Palácio de Cristal, um enorme módulo de vidro, com estrutura de ferro. A temporada Vitoriana foi determinada, na arquitetura, pelo confronto dos conceitos góticos e clássicos. A arte foi significativamente influenciada com o surgimento da fotografia.

Em 1861, morre o Príncipe Albert, e a Rainha se recusa a sair de casa por vários anos.

Em 1888, surge o assassino em série mais famoso do mundo, Jack, o Estripador. Ele assassinou e mutilou prostitutas nas ruas de Londres, levando medo a população e atraindo a imprensa internacional. Os jornais usaram as mortes para aumentar o foco na situação dos desempregados, e atacar líderes políticos e da polícia [Scotland Yard]. O assassino nunca foi capturado.


Foi uma época efervescente para a literatura: George Eliot, Charles Dickens, Sir Arthur Conan Doyle, Anne Brontë, Charlotte Brontë, Emily Brontë, Walter Scott, Lewis Carroll, Robert Louis Stevenson, Christina Rossetti, Mary Shelley, Oscar Wilde, ... .


A moda é marcada por excessos e grandes volumes. Passam a ser usados vestidos com crinolinas [armações usadas sob as saias, para conferir volume] e muitas anáguas [saias sobrepostas]. É difundido o uso de espartilhos, muito apertados na cintura [chegando a deformá-la]. As mangas dos vestidos são justas e compridas, enfatizando os ombros caídos. Cabelos cacheados. Xales e chapéus são acessórios largamente utilizados, assim como maquiagem pálida com acentuação de olhos e boca.


O significado tradicional das flores remonta a Era Vitoriana. Naquela época era considerado impróprio declarar seus sentimentos abertamente. Assim, criou-se a Linguagem da Flores, para demonstrar sentimentos, desejos e pensamentos, sem dizer uma palavra. Dezenas de pequenos livros foram escritos, servindo de dicionários da Linguagem das Flores. As flores podiam expressar amizade, gratidão, despedidas, luto, e até mesmo confronto ou perdão. Herdamos, assim, o hábito de presentear a pessoa amada com flores.



Após a morte de Vitória [1901], seu filho Eduardo, ascende ao trono, dando início ao Período Eduardiano.






C.P.: Era de grandes invenções, desmistificação e mistérios. A aura da época é impressionante, com seus vestidos volumosos, crimes insolúveis, linguagens secretas. E há todo um código de conduta. Aparecimento de Sherlock Holmes, Alice no País das Maravilhas e Frankenstein. Citações: Gosick, Kuroshitsuji, Conde Cain, Pandora Hearts. Me lembra locomotivas e carruagens, flores e venenos,  jóias e, ainda, brigas familiares por poder. Enormes casas senhoriais, com diversos criados, onde os jovens nobres não amarram nem seus próprios cadarços. Hoje, há uma tribo urbana que segue a estética e cultura vitoriana, os Steampunks.

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