segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Civilização Romana

    A civilização romana teve sua formação histórica com a migração Indo-Europeia de povos etruscos, latinos e gregos. A 1ª Fase de seu período teve a dominação da Monarquia Etrusca (753-509 AP) [é AP mesmo, uma nova unidade de medida de tempo que quer dizer antes do presente, uma conta bem complicada, pesquisem se se interessarem]. Esta era formada a partir do crescimento dos genos (um tipo de organização social, como os clãs), e da criação do senso de propriedade privada da terra. A sociedade era dividade de acordo com a pirâmide abaixo, onde quanto mais renda a pessoa tinha, mais direitos também. 





     A 2º fase foi a República (509-27 AP), onde foram implementados os sistemas administrativos e patrimoniais do Estado. Estado aqui significando um bem público, o que levou a ruptura com a estrutura monárquica [onde o estado era o rei]. A república nesta época não é a mesma que a atual, como a de Atenas também não foi. Essa república tinha participação censitária: somente a parte rica tinha direitos políticos. Essa nova forma de sociedade tinha também uma nova estrutura, não tão diferente assim da anterior: patrícios > equestres > clientes > plebeus > escravos.

    Nesse período foram constantes as lutas sociais: a plebe queria acesso as terras para ter poder político, que era determinado por essa riqueza. Outra pauta deles era o fim da escravidão por dívidas (imagina você dever e não conseguir pagar e se tornar escravo de outra pessoa por causa disso). Esse desejo por terra é um dos fatores que explica o expansionismo romano: os patrícios, ricos, queriam mais escravos para trabalharem para eles; os plebeus queriam terras; e os equestres (novos-ricos e comerciantes) queriam expandir seu comércio. 

    O resultado disso são as Guerras Púnicas entre Roma e Cartago. Roma sai vitoriosa, conseguindo expandir seu território e formar latifúndios [propriedade rural voltada a produção]. Com as guerras, os generais, que já eram patrícios, ganham poder, se tornando os donos dos latifúndios, além de membros do senado (militarização política). Uma outra consequência das guerras é a expansão da mão de obra escrava, tanto no campo quanto na cidade. Isso ocasiona um êxodo rural da plebe, que perdem seus empregos para os escravos. As novas terras conquistadas viram colônias de Roma, e são usadas para abastecer a capital e controlar a inflação de sua população crescente.

    As revoltas populares são tantas que levam à crise da República. Mesmo após as guerras a plebe não recebe as terras prometidas, que ficam com os generais. Há uma tentativa de reforma agrária que é abafada pelos patrícios e generais, gerando mais revoltas e instabilidade política entre o partido aristocrático e o popular. O senado, então, convoca a ditadura (que era prevista na constituição, pelo período de 1 ano, quando então poderia ser reavaliada. É óbvio que, uma vez no poder, tirar um ditador não seria fácil).

➥  A Ditadura Militar (110-79 )

    O primeiro a assumir é o General Mário. Este profissionalizou o exército, gerando oportunidade de trabalho para os plebeus, com instituição do salário, que era pago pelo general (o que criou laços entre o soldados e os generais, o que aumentava seu poder e militarizava ainda mais a política).

    O segundo é o General Sila, que obteve êxito em acabar com a ditadura e restaurar a República. 

    Enquanto isso, revoltas famosas acontecem, como a de Espártaco [Apesar de bem glamorizado, super vale a pena assistir Gladiador, filme que se baseia nessa revolta] e a de Sertório. 
    
    As revoltas são controladas por generais, o que aumenta seu prestígio. E são três generais que tomam o poder dando início ao Primeiro Triunvirato (60-49): Pompeu, Crasso e Júlio Cesar. Crasso morre e Cesar entra em guerra civil contra Pompeu. Cesar sai vitorioso e inicia seu principado (49-44). Ele ficou famoso por sua manipulação da plebe através do Pão e Circo. Apesar de toda a magnitude de sua memória na atualidade, ele não chegou a ser imperador. Júlio Cesar foi assassinado por um golpe patrício nos idos de março (15 de março). 




    O Segundo Triunvirato (44-31) é formado por Marco Antônio, que era aliado de Cesar; Otávio, sobrinho e afilhado de Cesar [usar a imagem de um líder anterior carismático não é um conceito novo..]; e Lépido. Em 33 Lépido é afastado, ficando a disputa pelo pode nas mãos dos outros dois. Otávio vence e seu principado se ocorre entre 31 e 27 a.C.. 

    Otávio tem um governo de articulação entre patrícios, plebe e sacerdotes. Ele é coroado o primeiro imperador e institui o poder imperial como advindo de Deus [imperador + augusto]. Dentre suas realização está a reforma urbana de Roma e a expansão do poder da religião. O império consegue por fim às guerras civis, e esse período fica conhecido como Pax Romana




Império (Séc. I - V d.C)

    No império a sociedade romana era patriarcal, com acentuada hierarquia militar e consequente expansão da cultura militarista. Esta fase se divide em Alto e Baixo Império.


  • Alto Império (I - III d.C.)

    Aqui a expansão romana atinge seu limite. A mão de obra é escrava, e a economia depende das colônias, através da cobrança de impostos. Esse é o período da Pax Romana, portanto, o Pão e Circo é largamente utilizado para controlar  e distrair a população, evitando revoltas. O ápice do Pão e Circo ficou conhecido como evergetismo, e era praticado pela elite com construção de obras públicas, que geravam empregos temporários, e financiamento de espetáculos. Outro objetivo era mostrar a superioridade romana sobre outros povos considerados bárbaros, usando escravos de guerra nos espetáculos. 

    O cristianismo se opunha a esse caráter divino do poder real, e ameaçava subverter a ordem imperial. Até porque os valores romanos iam de encontro com os do cristianismo: enquanto os romanos pregavam o militarismo e o materialismo, o cristianismo acreditava em valores como o pacifismo e o espiritualismo. Além de valorizar a vida plebeia, que seria salva pelo sofrimento. Isso faz com que o cristianismo se espalhe entre os mais pobres. Roma acreditava que a vida após a morte seria um reflexo do que acontecesse em vida. Logo, se você era rico e bem sucedido, permaneceria assim no além. 

    Por causa dessa disputa de poderes houve a perseguição de cristãos, que eram sacrificados em espetáculos do Pão e Circo. 
 
 


  • Baixo Império (III - V d.C.)

    Começa a queda do Império Romano. A crise se dá por causa anarquia militar: entre o imperador e os generais. Estes últimos tinham o poder de fato: os exércitos. Esses exércitos se fragmentaram, cada um indo proteger seu general. Isso deixava as fronteiras desprotegidas a ataques externos. 
 
    A Pax Romana pôs fim ao expansionismo, causando desabastecimento e inflação de Roma, que dependia de cada vez mais das novas colônias para manter sua economia estável. Houve fome e tabelamento de preços, com o objetivo de manter os produtos a preços acessíveis para a sobrevivência da população. Essa estratégia não funcionou. O fim do expansionismo também fez escassear a mão de obra escrava, que foi substituída pelo serviço do povo livre (plebe). Para trabalhar na terra do patrono e ter como sobreviver à crise, a plebe tinha que pagar tributos. Os tributos eram tantos que eles se viam presos às terras. E assim surge o colonato, origem da servidão feudal.

    O cristianismo, por outro lado, se expandiu. Tanto que o imperador Constantino deu liberdade de culto dessa religião à população, através do Édito de Milão (313 d.C.). Em 380 d.C., O imperador Teodósio através de Édito Tessalônico, instituiu a criação da Igreja Católica Apostólica Romana. Essa se tornou a religião oficial de Roma, e o imperador passou a acumular o título de papa (cesaropapismo = chefe político + chefe religioso). 
 


Teodósio e Santo Ambrósio 


    Com as fronteiras enfraquecidas, começaram fluxos migratórios de outros povos para Roma. Vendo a facilidade de entrar no império outros povos, chamados "bárbaros", começaram a invadir o império [principalmente os povos germânicos]. Como reação, o império fez uma tentativa fracassada de integrar esses povos.

    Os ataques às cidades ocasionou o êxodo urbano. Os povos germânicos tinham uma política fragmentada, e seu militarismo se baseava na relação de Comitatus [fidelidade militar entre líder e comandado.]. É nessa relação que se baseia a de suserania e vassalagem: o senhor cede terras aos seus vassalos em troca de apoio e fidelidade militar [lembrando que tanto o senhor feudal quanto os vassalos são parte da nobreza].

    Para evitar que a crise chegue à parte oriental do império, Teodósio o divide: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, sucumbe às invasões; enquanto o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, por não estar em crise, resiste às invasões [se tornando depois o Império Bizantino].

    Em 476 d.C., o Império Romano do Ocidente oficialmente sucumbe às invasões e tem início o feudalismo europeu.


C.P.: O livro História da Vida Privada: do Império Romano ao Ano Mil, traz detalhes sobre a vida cotidiana durante esse período.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

História Pré-Literária

Definição Clássica: Teria havido uma evolução linear, onde todos os povos em sendo humanos, teriam o mesmo destino. Isso foi bastante utilizado pelo ocidente para dizer que estavam no ápice da evolução e precisavam ajudar os demais povos a alcançar essa evolução (uma desculpa usada durante o período colonial para dominar povos "primitivos"). A imagem abaixo é uma péssima interpretação do que Darwin queria dizer com sua teoria. A História Pré-Literária, ou seja, antes dos seres humanos criarem uma forma de escrita, tem sua data de fim em 4000 a.C.




Definição Contemporânea: A evolução teria sido biológica. Que é a teoria de Darwin de que ao longo de milhares de anos os seres foram evoluindo até chegar ao que somos hoje. E não, não descendemos dos macacos. No máximo temos um antepassado bem longínquo em comum. A definição contemporânea também abarca a evolução cultural antropogênica: através da evolução biológica nossos cérebros evoluíram, e então, fomos capazes de passar informações às novas gerações, não somente através do DNA.



Há duas teorias para a presença humana ao redor do globo. A aloctonia, teoria que diz que os humanos se originaram na África Central/Ásia Central, por seu clima favorável. E, a partir daí, teriam migrado para outras regiões. A outra teoria é a autóctone, que diz que os homens teriam surgido também em outras localidades, ou invés de terem migrado.

Uma coisa importante em ciência é entender que a maior parte do tempo há coexistência de teorias que se contradizem. Fazer ciência é exatamente buscar provar que sua teoria está correta através de testes comprováveis.

Períodos da História Pré-Literária

      1. Idade da Pedra: pela quantidade de anos é 95% da história da humanidade. A divisão a seguir é feita com base na técnica de produção de artefatos (ferramentas) pelos humanos.
          • Paleolítico (Pedra Lascada)
          • Neolítico (Pedra Polida)


Paleolítico Inferior (2.500.000 - 50.000 a.C.)

Aqui temos o surgimento do Homo Sapiens. A economia era coletora: havia caça, pesca, e colheita do que havia na natureza. Os seres humanos viviam em clãs, com divisão do trabalho sexual (biológica: os mais fortes caçavam, os demais faziam as outras tarefas). Ainda não dominavam o fogo e migravam bastante em busca de alimento.

 
 Paleolítico Superior (50.000 - 18.000 a.C.)

O Homem finalmente desenvolve o telencéfalo (ganho de inteligência), tendo como exemplo arqueológico o Homem de Cro-Magnon. Com o desenvolvimento do cérebro, o homem começa a fazer ritos funerais e produzir novos utensílios, roupas (de peles animais), e objetos de adorno (temos o surgimento do senso estético e pensamento abstrato). 
 


Com esse cérebro mais potente o homem consegue dominar o fogo, até porque precisa melhorar sua alimentação, e com a cocção de alimentos pode manter a energia que ele consome. O domínio do fogo faz com que deixe de ser tão nômade, se alocando por mais tempo nos lugares e deixando registros, como as pinturas rupestres.   
 


 
As pinturas rupestres são consideradas uma forma de linguagem rudimentar e também uma forma de magia simpática: me desenho caçando um mamute e consigo fazê-lo na vida real (e aqui temos o primeiro exemplar de autoajuda, ou coaching das cavernas). 

 
 
 Neolítico (18.000 - 4.000 a.C.)


Em aproximadamente 10.000 a.C. aconteceu a Revolução Neolítica (agrícola). O homem desenvolveu a agricultura e passou a produzir excedentes (sabemos disso pelo aparecimento de cerâmicas que era usadas para armazenamento). Houve também a domesticação de animais e uma divisão social do trabalho. 
 

 

Em 8.000 a.C., aconteceu a Revolução Urbana, com a formação das primeiras cidades e o desenvolvimento do tear e da olaria.

E em 6.000 AP, temos a Idade dos Metais, com o surgimento da metalurgia: extração de metais do subsolo e sua transformação em produtos.


 

A História Pré-Literária chega ao fim em 4.000 a.C., com o aparecimento da escrita, utilizada para a dominação burocrática: organização de grandes contingentes humanos, uma vez que a lei falada já não dava mais conta do recado. 

Surge aqui o Estado: primeiras civilizações, com uma organização política, um território definido, identidade cultural (língua, religião), legitimidade de poder, identidade cultural e o monopólio do uso da força. 
 

domingo, 10 de março de 2019

Daily Writing Prompt



          Ela foi para cama cedo porque tinha um mistério para resolver. E, claro, seus pais não a deixavam ficar acordada depois das 9h. O que era uma total injustiça. Mas hoje era sobre resolver o mistério do sumiço de seus dentes. Sempre que um caía, a mãe falava para colocar debaixo do travesseiro que uma fada do dente viria e levaria o dente, mas deixaria uns trocados para ela. Isso era suborno. Ela havia aprendido a palavra nova ao ouvir uma conversa dos pais, que ela não deveria estar ouvindo. Por isso, ela procurou a palavra na internet. Aparentemente só pessoas mal intencionadas fazem isso. Por que seus pais deixariam tal criatura entrar em seu quarto e levar os seus dentes? E o DNA? Ela havia aprendido essa assistindo um filme.

          Assim, ela se decidiu por fingir que estava dormindo e tirar a história a limpo com a tal fada. Ela se deitou, e aguardou que seus pais viessem lhe desejar boa noite. Ao sair, eles apagaram a luz, deixando somente uma luminária do Olaf ligada. O quarto ficou então banhado por uma luz azulada. Ainda bem que não era o Olaf do olho no tornozelo. Isso seria assustador. Pensar nisso já era assustador. Ela se ajeitou na cama, e esperou. Não havia um relógio em seu quarto, portanto ela não sabia há quanto tempo estava esperando. Só sabia que parecia uma eternidade. O sono começou a tomar conta dela, seus olhos se fechavam involuntariamente. A sensação era tão gostosa e reconfortante que ela começou a ceder.

          Quando estava quase dormindo ouviu um ruído que a despertou. Ela se sentou na cama e olhou em volta. - Droga. Mais uma acordada. - exclamou uma fada magra, com oclinhos sem hastes, e com cara de muito rabugenta. - O que há com as crianças de hoje em dia? A recompensa não é suficiente? - continuou ela com sua ladainha. De início a garota estava muito amedrontada, mas depois de ouvir o falatório sem fim da pequena fada, seu sentimento havia mudado para tédio. A fada parecia a Sra. Clark, a bibliotecária. Para a Sra. Clark o simples fato de respirar parecia uma afronta à integridade da biblioteca. E ela conhecia essa palavra porque a ouvira algumas vezes da própria Sra. Clark.

          - Porque a senhora quer os meus dentes? - disse a garotinha, muito senhora de si, pois se sentia em seu direito de saber para onde iria uma parte de seu corpo.

          - Isso não lhe diz respeito! - a fada retrucou. - Cada dia mais mal educados. - e continuou reclamando das crianças em geral. A menina se levantou irritada, pegou seu dente debaixo do travesseiro e mandou a fada ir embora da sua casa. A fada ficou surpresa e ainda mais irritada. Que audácia dessa pivete me interromper e ainda me expulsar sem o dente!

          - Escute aqui mocinha, eu sou uma fada do dente. Logo, eu preciso do dente. Senão eu vou ser uma reles fada.

          - Eu não ligo. Sai agora ou vou gritar. - a garotinha ameaçou.

          - Eu não sou obrigada a passar por isso. - explodiu a fada. - São anos sem fim de trabalho, sem férias, aturando essas criaturas humanas. Escute aqui, - continuou ela séria. - a culpa é dos seus pais por te contarem a história da fada do dente. Se eles tivessem ficado de boca fechada eu não teria que vir até aqui. Cada dia menos crianças são levadas a acreditar nisso. Está havendo corte de pessoal, e redistribuição de trabalho pros que ficam. - a fada continuou reclamando. Parecia que não ia acabar mais, até que acabou. Ela tirou um celular do bolso e fez uma ligação. - Chefe, temos um problema aqui. - ela disse olhando feio para a garotinha. - Sim, mais uma detetive com pais cabeça de vento. - De repente eles começaram a discutir no telefone quem iria resolver a situação. E logo a fada explodiu de novo. - Eu me demito. Resolva você mesmo. Eu não sou obrigada a ficar ouvindo desaforo de criança mimada. Não está no contrato. - e com um puf a fada desapareceu.

          A menina voltou para a cama, achando que tudo havia sido resolvido. Quando estava quase dormindo de novo, um rosnado a acordou.

          - Então você é a criança problema. - disse o ser mais horripilante que a garota já tinha visto. Ele parecia ter queimaduras pelo corpo tudo, era peludo e tinha chifres encurvados e cascos. Ele a pegou pelos pés e disse: - Um pouco de medo vai te ensinar a respeitar os seres mágicos. - Então puf, desapareceram.

          Os pais da menina ao ouvirem vozes no quarto dela se levantaram para verificar. O pai apareceu com um taco de beisebol na mão, e mãe atrás dele de camisola parecendo muito assustada. Ao entrarem no quarto a menina já havia sido trazida de volta. Ela tinha o olhar vago, como se estivesse pensando em algo. Seus pais começaram a fazer perguntas a ela, mas ela não parecia perceber. Então o pai a sacudiu de leve para que ela reagisse. A garotinha olhou em seus olhos e berrou o mais alto que pode, sem parar. Ao abrir a boca o sangue começou a escorrer. Não havia mais nem um dente em sua boca, somente um buraco vazio e barulhento.

          Os pais tentaram acalmar a menina, mas não conseguiram, então chamaram uma ambulância.

          Resumo da história: os pais foram presos por maus tratos. A garotinha cresceu num manicômio, sempre com o olhar vago em outro lugar. Nunca mais ela voltou a si, nem disse uma palavra sequer sobre o que havia acontecido naquela noite fatídica.

sábado, 9 de março de 2019

Daily Writing Prompt



Digitando uma mensagem enquanto caminhava, ele não tinha ideia do que o futuro lhe reservava. O dia tinha começado como sempre. Acordar às 7h, olhar pro despertador com cara de desânimo profundo. Imaginar uma desculpa qualquer para faltar o trabalho. Desistir da ideia e suspirar enquanto se levanta para sua rotina matinal. Banho quente, escovar os dentes, se aliviar. Às vezes, tudo ao mesmo tempo, ainda meio dormindo. Fazer um café forte pra acordar. Droga, já passou isso tudo! - exclama surpreso ao ver a hora, encolhendo dentre as roupas jogadas pelo quarto bagunçado. Banhos quentes e sonolentos fazem isso. Ele aumenta a velocidade e come a torrada enquanto veste as meias e pega o relógio. Onde eu deixei a caneca de café? Ele pensa nos últimos detalhes antes de sair, e vai escovar os dentes novamente. Volta pro quarto para pegar as chaves e ao olhar pra cômoda repara na caneca de café pela metade. Porque eu sempre faço isso?

Ele sai, tranca a porta, desce as escadas, e, ao se aproximar da portaria, se lembra de que deveria ter colocado o lixo pra fora. Aquele porteiro era problema. Sempre se metendo na vida dos outros. Ele suspira e volta para pegar o lixo. Não posso pagar mais nenhuma multa esse mês. 

Tendo finalmente conseguido sair do prédio, ele caminha em direção ao trabalho. Droga! Droga! Droga! Vou me atrasar de novo! - ele pensa, se sentindo novamente uma criança que esqueceu de fazer o dever de casa pela terceira vez na mesma semana. Ele tira o celular do bolso para mandar uma mensagem para o chefe, sem parar de andar. 

Então a parte estranha do dia começa. Antes de conseguir digitar sua mensagem, o celular dele apaga. Mas que porcaria! Consequentemente, ele pára no meio da calçada em movimento. As pessoas ao redor começam a resmungar sobre pessoas que ficam estorvando no meio do caminho, e desviam dele. O celular pisca de novo, e aparece uma mensagem: “Siga a mulher de cabelos rosa.” O celular apaga novamente, e ele não consegue mais fazê-lo funcionar. Ele olha ao redor, procurando as câmeras ou os amigos tirando uma com a cara dele. Então ele percebe a mulher de cabelos rosa se afastando rapidamente. Ela tem um tom de pele caramelo, cabelos curtos, mas nem tanto. Do tamanho certo. - Ele pensa. O que eu quero dizer com certo? Ela é bonita. Não bonita do estilo modelo. É uma beleza mais única e não chamativa. Talvez seja mais o ar de segurança que ela passa, caminhando decidida para qualquer que seja seu destino. 

A mulher de cabelos rosa continua a se afastar até que tudo o que ele consegue distinguir na multidão é seu cabelo. Ele para ainda um momento, contemplando suas alternativas. Voltar pra sua vida cotidiana medíocre, onde uma bronca certamente o aguarda. Ou fazer uma loucura e seguir a mulher, pelo simples fato de que seu telefone que não funciona mais lhe disse para fazê-lo? Tudo o que você precisa são de 20 segundos de coragem insana. Não é o que dizem? Então ele segue contra a corrente de pessoas que parecem também estarem atrasadas, em direção a mulher de cabelos rosa.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Daily Writing Prompt



“We lost it” - said the American general blankly. He was almost amazed by the fact. The most powerful nation and its allies had lost not only one battle but the war itself. He just sat there looking the graphics, powerless. In his head appeared the figure of that iconic monkey hitting plates and maniacally laughing. This was bad. Very bad. The president would not allow it to happen. And it had already happened. He stood up and said to his subordinates: “We have to tell the president.” The others looked at each other frightened. Who in sound conscience would want to do that? One of them, a tenant, took courage and said - “It should be the highest superior to bring the news”. Son of bitch. “Ok, I will do that. Let’s go.”



They all stood up organized, as they were trained to be, and went to the Oval Office. The silence was heavy. It was difficult to breath. The door opened. Then, it all occurred so fast that no one in that room could have predicted what was about to happen. There was angry shouts, and orders given. The president was red furious. He ordered them to attack. “Its over. There is no purpose in doing..”. “MASSIVE BOMB ATTACK!!!”.  



What could they do? He was the most powerful man in the world. The general looked at that red button, mesmerized. He straightened his tie. That is it. He pressed the button. America was attacking with nuclear bombs, the enemies did the same. It was caos everywhere.



10 years later. 



Radiation covered the planet in a cloud that blocked the sun and the moon. Natural and unnatural disasters destroyed what the bombs hadn’t. Human kind disappeared of the face of the Earth. Only the cockroaches could be seen moving around. Oh, wait. Is that a man? 


quarta-feira, 6 de março de 2019

Daily Writing Prompt




☑  Do the laundry.
☑  Start exercizing.
☑  Do not listen to the inner and stubborn voice saying you cannot do this.
☑  Be patient.
𝤿  Kill your arch enemy. 
𝤿  Do not look back.

Ikigai - Ken Mogi





Tem um subtítulo enorme [Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz]. Crítica: se você ler o subtítulo e a lista dos cinco passos, não precisa ler mais nada do livro. Ele não vai te ensinar nada, só vai te dar exemplos de como japoneses tem o ikigai em sua cultura. Aparentemente devemos valorizar as pequenas coisas e não esperar recompensas. Só que se você foi atrás do livro é porque, provavelmente, já sabe disso. Você quer saber como fugir dessa forma de pensar que nos assombra, de que temos que fazer coisas e mais coisas pra sermos felizes. Então, se você busca praticidade e aplicabilidade, continue sua busca.






⇒ 5 passos:

  1. Começar pequeno.
  2. Libertar-se.
  3. Harmonia e sustentabilidade.
  4. A alegria das pequenas coisas.
  5. Estar no aqui e agora.

⇒ Link para o livro na Amazon: Ikigai [mas, sério, desnecessário;;]

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

My Lesbian Experience with Loneliness

 Mesmo que o título dê margem a interpretação, esse mangá não tem o foco num relacionamento homossexual. É o relato pessoal da autora, de como, ao longo da vida, ela nunca teve um sentimento de pertencimento a algum lugar. Ela tinha as amigas da escola, e depois as da faculdade, mas quando se formava esse grupo se dissolvia. Ela tentou se realizar no trabalho, sempre tentando ganhar o respeito dos pais. Esse é um dos motivos por que ela se vê presa: tentar agradar os outros.

Trabalhando meio período ela consegue juntar dinheiro, e logo percebe que a realização disso não serve pra nada. Isso é totalmente nossa busca capitalista. A gente estuda, pra quando se formar ser feliz, e vê que ainda não estamos lá. Aí vem vestibular, passamos e ficamos felizes, brevemente, a faculdade não é um mar de rosas. Nos formamos e a sensação de dever cumprido dura pouco. Temos que arrumar um emprego, sermos úteis. Arrumamos o maldito emprego, que odiamos, mas paga as contas. E então nos esforçamos mais pra conseguir um emprego melhor. Aí, sim, seremos felizes. Só que o bom emprego também não nos satisfaz. Estamos vazios. Envelhecendo, sem saber o que a vida quer de nós. E tudo isso é explorado no mangá, mais a parte dela ser homossexual, que é mais um fator a ser cobrado socialmente. Não é nenhuma surpresa que ela entre em depressão.




Também é mostrado como as pessoas com depressão costumam ser tratadas, como se só não estivessem se esforçando o suficiente. E é legal como ela lida com isso. Um dia ela toma a decisão de se encontrar com uma prostituta [aqueles segundos de coragem insana..]. Uma decisão que pode parecer estranha, mas é o que faz o mundo dela voltar a girar. Ela enfrenta um mundo de inseguranças e julgamentos para conseguir isso. E muito importante: essas metas que nos impomos, muitas vezes, é o que nos corrói e deixa infelizes. Talvez se concentrar nas pequenas coisas que gostamos de fazer seja a melhor forma de encarar a vida e ser feliz o máximo possível.

Abaixo estão algumas imagens do mangá. Traduzi da melhor forma que consegui. Acredito que a versão em português já esteja disponível pra compra [Atualizando: disponível em português pela Amazon: Minha Experiência Lésbica com a Solidão].

Nunca pareceu que meus pais tivessem nenhum interesse em admitir que a filha deles estava doente.
- Estar ansiosa e com medo, é como equilibrar um copo cheio de água na cabeça, e nunca ter permissão de derramar uma única gota.
-Hmm, mas não há nenhum copo, querida.

- Para que estou ganhando esse dinheiro mesmo?
Não há nada que eu queira. Nenhum lugar que eu queira ir.

Eu estava sempre correndo pra algum lugar, não importava a hora...
Nunca me sentindo feliz ou confortável em nenhum lugar.

- Eu quero cuidar de mim mesma sozinha,
- Quero saber o que eu quero...!!

... Não consigo dormir!! 

A menos que eu abra meu coração, sinto que a solidão nunca irá embora.
- Estou tão triste...
 
Eu achava que todos iriam se encolher de desgosto se fossem confrontados com meu eu de verdade.
- Oi. Essa sou eu de verdade.
- AAHH!

- Ahhhhh...! Por que tenho que me sentir culpada por fazer isso!!?
- É a minha vida! Sou uma adulta! 

Então não fiz nada além de checar meu celular o dia todo.

Cuidado com o monstro chamado celular. Cada dia vivemos menos e postamos ou curtimos ou visualizamos mais. É como tentar preencher o vazio aumentando ele.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Peaky Blinders



Vi um filme, certa vez, sobre as gangues inglesas, acho até que era com Leonardo DiCaprio [tive que procurar como se escreve essa bagaça..], e não gostei. Na minha lembrança era um filme ruim, não sei mais o porquê. Por essa razão relutei em começar a ver essa série. Contudo, as coisas parecem surgir na hora certa [agradecimentos à Dama Inconstante]. De férias, com muito tempo e pouco dinheiro, sobra colocar as séries em dia [ou começar umas trinta outras e largar essas também pela metade..].


Peaky Blinders é uma série bem feita, cada cena parece uma obra de arte bem pensada. Todo o cenário sombrio e sujo de uma Inglaterra no início do século XX, logo após a primeira Grande Guerra, se reconstruindo e industrializando. E uma coisa que sempre reclamo nesses filmes ou séries históricas é o fato de tudo parecer muito limpo, sabe, as roupas dos camponeses parecerem novas, e os soldados com roupas brancas impecáveis. Isso sempre me incomodou, não soa coerente e acaba com a imersão. Acontece que Peaky Blinders traz exatamente uma cidade suja, cheia de fumaça, em processo de expansão, como deveria ser.

A Primeira Guerra Mundial é um elemento muito presente na primeira temporada. Tommy Shelby e seus irmãos acabaram de voltar dela, e trazem uma carga emocional pesada, cheia de traumas que moldam seu caráter. O negócio dessa família de gangster se baseia em apostas em corridas de cavalos, criando um esquema ilegal. Eles também são conhecidos por usar lâminas de barbear costuradas em suas boinas.

Os personagens são profundos e a história soa bem real. Como a parte da irmã de Tommy, Ada, que se apaixona por um comunista. Ele lutou na guerra com Tommy, e é amigo da família, porém sua visão política os coloca como inimigos. Essa visão de grupos comunistas, e a luta por direitos trabalhistas, e depois por direitos da mulheres é bem explorada na série. Assim como fatos históricos são introduzidos, se entrelaçando à ficção. É o caso dos Romanov [também há citação aos ovos Fabergé], também a proibição de bebidas nos EUA, e depois a máfia italiana.




Outra coisa que faz você se apaixonar pela série é a trilha sonora [até fui atrás da tracklist. E se você observar, a abertura, Red Right Hand, é repetida durante a série em outras versões]. E até mesmo uma das personagens canta, que é a Grace. Grace é uma espiã, e trabalha com quem será uma espécie de arqui-inimigo de Tommy [essa parte lembra muito Sherlock Holmes, com um tentando se manter um passo a frente].




E claro, sou apaixonada por como o senso de união pela família é apresentado. E ainda tem toda a coisa de eles serem ciganos. Na verdade, a cidade está dividida em grupos de poder: os Peaky Blinders, os judeus, os italianos, a polícia...

Dito isso, ainda falta eu reclamar das continuações de filmes e séries no geral. Peaky Blinders terminou a primeira temporada de forma fabulosa. Então teve outras três temporadas, e há previsão para mais uma, que não conseguem manter tanto o interesse. A partir da segunda já não temos mais um Tommy atormentado por lembranças da guerra. Alguns personagens mudam e evoluem e são trazidos outros, o que é normal. acho que o que muda é que já não temos o elemento surpresa de como funciona aquele mundo. E sim, vale muito a pena ver as demais temporadas, é só a empolgação que se perde um pouco.


domingo, 6 de janeiro de 2019

3-gatsu no Lion



       

           Quando penso nesse anime sempre me vem lembranças de um verdadeiro mar revolto de emoções [que muitas vezes é mostrado graficamente]. Diferente do que normalmente acontece, a história não se fixa no personagem principal e seu background. Todos os personagens parecem reais porque seus sentimento e desejos mais profundos acabam sendo explorados. Fazendo com que nos apaixonemos também pelos personagens secundários. Todos estamos numa batalha com nossos sentimentos e desejos, e para nós, somos o personagem principal de nossas histórias. Isso é mostrado de uma forma maravilhosa no anime.




          Não lembro bem, mas acredito que comecei a assistir 3-gatsu no Lion por que queria um anime parecido com Chihayafuru. Os dois tratam sobre jogos japoneses, onde há campeonatos e as pessoas se esforçam para ser o melhor. O primeiro difere do segundo porque Shogi é um jogo individualista, uma pessoa compete com outra. Já o jogo Karuta, mostrado em Chihayafuru é jogado também uma pessoa contra outra, mas são formadas equipes, e há um foco nesse trabalho em grupo.

          Voltando ao começo, o mangá foi escrito por Chica Umino, autora também de Honey and Clover [que por mais que conheça de nome, ainda não assisti... bem, é bom que uma coisa leve a outra.]. O anime tem duas temporadas pelo estúdio Shaft, e trata principalmente de Kiriyama Rei [sempre que vejo o nome Rei em animes já imagino a desgraceira psicológica que vai ser..]. Rei ficou órfão quando criança e foi adotado por um jogador de shogi e sua família. Ele sempre foi uma criança quieta e acabou tendo uma infância difícil por isso. Ele também sempre foi muito bom no shogi, por que se esforçou em aprender para poder jogar com o pai. Nessa nova família, o shogi também é muito importante, fazendo com que os outros filhos de seu pai adotivo sintam ciúmes de Kiriyama, e façam com que ele se sinta indesejado.





          Ao atingir a idade de 17 anos, ele decide ir morar sozinho para não ter que lidar com toda essa pressão familiar. Ele se tornou profissional em shogi, e um recluso sem amigos que lancha com seu professor, que não permite que ele fique sozinho [adoro esse personagem do professor, sempre alegre e meio louco, cheio de bons conselhos. Mesmo que haja um fundo de solidão por trás disso..]. Fora da escola ele tem amizade com a família Kawamoto, que são três irmãs que também perderam os pais, e um avô que tem uma loja de doces. Enquanto Kiriyama representa a parte azul e sombria do anime, quando ele vai para a casa dos Kawamoto tudo ganha cor, em tons quentes e agradáveis [uma coisa que também me atraiu foi o aspecto de watercolor do designe].




            Resumindo, acompanhamos Kiriyama em sua luta para encontrar o seu lugar no mundo, tendo que aprender a lidar com os mais diferentes tipos de pessoas. Alguns personagens me são particularmente caros, como o Nikaido, que se autointitula rival de Kiriyama, e sempre insiste na amizade dos dois. Ele é a persistência em pessoa. E também gosto Shimada Kai, que é uma pessoa calma a maior parte do tempo, mas que pode ser incrivelmente obstinado.




            Abertura e encerramento da primeira temporada são da banda Bump of Chiken, "Answer" e "Fighter". Na segunda temporada, a abertura é da Yuki, "Goodbye Bystander", e o encerramento é de Kenshi Yonezu, "Orion". Também tem um live action.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Oferta e Demanda II


  • O Equilíbrio de Mercado

    Denota situações em que forças se equivalem. A tabala abaixo traz as escalas de oferta de mercado e de demanda de mercado de arroz:




    Ao preço de 2 mil/t, a quantidade ofertada é de 14t, e a demanda de 38t. Entende-se que a um preço muito baixo há um excesso de demanda. Num mercado de concorrência perfeita, quando há excesso de demanda, os compradores estão dispostos a pagar maiores preços e a tendência é que os preços aumentem. No outro extremo, ao preço de 6 mil/t, a quantidade ofertada é de 30t e a quantidade demandada é de apenas 6t. Há excesso de oferta. Ocorre então que os vendedores estarão dispostos a aceitar preços menores, sendo a tendência que os preços caiam.

    Somente ao preço de 4 mil/t a quantidade ofertada é exatamente igual a quantidade demandada, havendo equilíbrio entre as forças de mercado. Dizemos que 4 mil/t é o preço de equilíbrio de mercado e 22t é a quantidade de equilíbrio de mercado.

    Abaixo está a representação gráfica do mercado em equilíbrio:






Oferta e Demanda

Em mercados competitivos, quando há excesso de oferta em relação à demanda de um determinado produto ou serviço, seu preço tende a cair, ou vice-versa, quando há excesso de demanda.


  • Mercado: o conjunto de vendedores e compradores de um bem ou serviço num determinado local.
  • Mercado competitivo: aqueles onde existe um grande número de vendedores e de compradores de um bem ou serviço com característica iguais [modelo teórico: bem de um vendedor com as mesmas características do bem de outro.].

Oferta:

          Para o entendimento básico, a oferta será definida a partir do princípio da racionalidade do produtor: tendência a oferecer mais de um produto ou serviço, a medida que o preço de mercado aumenta. Como o produtor tem custos adicionais, só estará disposto a levará a mercado uma maior quantidade se tiver preços maiores.
  • Escala de Oferta e Curva de Oferta
    • Todos os produtores produzem, se beneficiam e vendem o próprio arroz, que é o mesmo produto pra todos.
    • Escalas de Oferta e Curvas de Oferta dos Produtores Individuais:
      • Considere as ofertas de arros dos Produtores 1 e 2:



        Os produtores ofertariam maior quantidade, se os preços fossem maiores. Como mostram os gráficos abaixo:




    • Escala de Oferta e Curva de Oferta do Mercado:

      Qual seria a escala de oferta do mercado e a curva de oferta do mercado como um todo?
      • A curva de oferta do arroz do mercado Tropicália seria a representação gráfica da soma das quantidades produzidas por todos os produtores, para cada preço:






    • Fatores que Influenciam a Oferta Além do Preço:
      • Podem haver vários. Os principais são: o preço dos insumos, a tecnologia e o número de produtores.
        • A influência do preço dos insumos:

          Insumo é tudo que é utilizado para produzir um bem ou serviço. Então, se o preço do insumo sobe, isto vai influenciar os custos do produtor, que tenderá a oferecer uma quantidade menor do que antes. Isso acarretaria aumento de preços ao consumidor, consequentemente. O inverso também é verdadeiro.
        • A influência da tecnologia:

          A tecnologia deve ser entendida como abrangendo todos os aspectos da produção [novo layout, processo de produção, adubo novo, nova forma de plantio, etc.]. Melhores tecnologias implicam em deslocamento das curvas de oferta para baixo e para a direita [maiores quantidades ofertadas a cada preço vigente no mercado.].
        • A influência do número de produtores:

          A oferta de mercado é calculada somando a produção de todos os produtores. Logo, se houver mais produtores haverá um aumento na escala de mercado [deslocamento da curva de oferta para baixo e para a direita].

Ao analisar as escalas e curvas de oferta, estamos considerando a relação preço e quantidade, todos os demais fatores constantes [coeteris paribus]. 


Demanda:

Partimos da premissa de racionalidade do consumidor: ele prefere pagar menos do que mais por um produto ou serviço, e prefere consumir mais do que menos. É limitado por sua renda, um senso de saciedade e pelos preços de mercado, sobre os quais não tem comando.

  • Escalas de Demanda e Curva de Demanda:

    • Escalas de Demanda e Curvas de Demanda Individuais
      Ex: Observe as tabelas com as escalas de demanda dos Consumidores 1 e 2:




      Os consumidores estão dispostos a consumir quantidades maiores, a medida que os preços diminuem.

      As curvas de demanda são representadas graficamente:




    • Escala de Demanda e Curva de Demanda de Mercado

      A escala de demanda é o resultado da soma das quantidades demandadas, a cada preço, para todos os consumidores de um determinado bem ou serviço.




      A curva de demanda no mercado como um todo, é a representação gráfica da escala acima [soma horizontal das quantidades demandadas].




       
    • Fatores que Influenciam a Demanda, Além do Preço

      cinco fatores principais que influenciam a demanda:
      • A renda do consumidor;

        Em geral, o consumidor tende a adquirir uma quantidade maior de bens se sua renda aumenta, e vice-versa. Esse bens são denominados bens normais. Há bens que o consumidor diminui a quantidade consumida, quando a renda aumenta, são chamados bens inferiores.

      • O preço dos outros bens;

        Podem ser classificados em duas categorias:

        1 - Bens de demandas não relacionadas:

              ↪Bens cujas demandas não sofrem influência uma da outra, não interagem entre si. Ex: demanda de material escolar e demanda de picolé.


        2 - Bens de demandas relacionadas:

              ↪ Bens substitutos: satisfazem necessidades semelhantes. Se o preço de um aumenta, tende-se a consumir o outro. Ex: café e chá, manteiga e margarina.

              ↪ Bens complementares: de consumo complementar. Se o preço de um bem complementar a outro aumenta, tende-se a diminuir o consumo de ambos. Ex: pão e manteiga, automóvel e gasolina.

      • Os gostos ou preferências do consumidor;

        São ocasionados por diversos fatores: razões históricas, hábitos, moda, influência da propaganda, razões psicológicas, etc.
        As mudanças de gostos ou preferências têm implicações imediatas para a demanda de um bem ou serviço.

      • As expectativas do consumidor;

        Ex: se o consumidor acha que o preço de um bem irá diminuir, ele pode aguardar para comprá-lo [Black Friday], ou se acha que vai aumentar, ele pode antecipar a compra [previsão de aumento de impostos sobre eletrônicos]. Ou mesmo se ele achar que vai ter aumento ou diminuição de renda.

      • E o número de compradores.

        O mercado de um determinado bem em um local é constituído pelo conjunto dos consumidores desse bem. Ao analisar a escala e curva de demanda de mercado, soma-se as quantidades demandadas individualmente. Logo, a entrada de novos consumidores [ex: por conta da moda], ou a saída, impactam a demanda total.

    • Deslocamentos ao Longo da Curva de Demanda e Deslocamentos da Curva de Demanda


      A relação inversa entre preço e quantidade demandada costuma ser chamada de Lei da Demanda. Ela é representada pelos movimentos ao longo da curva de demanda.

      Para baixo: quando há redução no preço e aumento na quantidade demandada;
      Para cima: quando há aumento no preço e redução na quantidade demandada.


      Em geral, ao representar a escala ou curva de demanda, examina-se a relação entre preço e quantidades demandadas, considerando os demais fatores constantes [coeteris paribus]. No entanto, quando há mudança nesses fatores, a curva de demanda muda.
      Ex: Aumento na renda do consumidor. Para a maioria dos bens [exceção: bens inferiores], ele estará disposto a comprar maiores quantidades, a cada preço. Em termos gráficos: haveria um deslocamento da própria curva de demanda, para cima e para a direita. O inverso também é válido. Fala-se, então, em aumento ou diminuição de demanda.

"Teorias" com a Presença de Economias de Escala

São um conjunto de fatores ou constatações que ajudam a explicar o elevado crescimento dos fluxos de comércio.

Concorrência Monopolística e Comércio Intraindústria:

  • Considera as seguintes características de mercado:  

    •  Existência de economias de escala internas a cada empresa.
      •  Economias de escala: são os fatores que conduzem à redução de custo médio de produção de um determinado bem à medida que a quantidade produzida aumenta.
    •  Os produtos são ligeiramente diferenciados.
    •  A entrada no setor é livre.
           Com a variedade de produtos, não é possível a uma mesma empresa produzir tudo. Assim, há o incentivo para o comércio intraindústria entre os países. Ex: um país exportar automóveis, importando uma variedade do mesmo bem. Isso favorece o comércio, pois as empresas passam a dispor de mercado mais amplo. E também favorece o consumidor, por conta da concorrência que tende a resultar em redução de preços, além de maior gama de opções de produtos. Os países são positivamente afetados por haver aumento no volume de comércio.

           Novas teorias explicativas dos fluxos de comércio buscam incorporar elementos da realidade atual, como concorrência imperfeita, economias de escala e ausência de disseminação tecnológica.


         Comércio Intraempresas e Expansão do Comércio:

           Com a globalização, empresas multinacionais expandem suas produções, fazendo com que um produto seja o resultado da junção de componentes produzidos em vários países. Ou também pode produzir um produto num país e exportar para outro, repetindo o esquema com outros produtos em outros países.


         Economias de Aglomeração e Comércio Internacional:

           Ao contrário das economias de escala, não ocorrem internamente dentro das empresas [ex: automobilístico], mas sim no setor, na indústria como um todo. As empresas de um mesmo setor tendem a se juntar geograficamente, formando conglomerados. Segundo Alfred Marshall, há três razões para que conglomerados sejam mais eficientes que empresas isoladas:


  1. A capacidade de um conglomerado justificar economicamente a presença de fornecedores altamente especializados. 
    ⇉ Quem faz parte do conglomerado pode ter fornecedores especializados terceirizados de qualidade, com preços menores pela quantidade. Uma empresa sozinha não teria tais vantagens.
  2. A capacidade de um conglomerado justificar o aparecimento de um mercado comum de trabalho.
    ⇉ Condição de criação de um amplo mercado para mão-de-obra especializada.
  3. A capacidade de um conglomerado facilitar os vazamentos de conhecimento.
    ⇉ A concentração de pessoas especializadas permite a troca de informações e conhecimento de forma mais fácil que o esperado em pesquisas particulares.

          Considerando as informações acima é possível perceber que quanto maior a indústria, menores seus custos. 

          ⧪ Consequências das economias de aglomeração para o comércio internacional:


  1. Se um país se torna um grande produtor de algum bem devido a economia de aglomeração, ele tenderá a permanecer assim devido aos custos baixos. Mesmo aparecendo um novo produtor, este estará em desvantagem devido aos custos associados a ausência de escalas.
  2. Uma vez firmada uma tradição, é possível cobrar em cima da fama dos produtos, por serem sinônimo de qualidade. Ex: relógios suíços, chocolate belga, eletrônicos japoneses, etc. Isso também dificulta a entrada de novos produtores.


          Globalização e Formação de Grandes Blocos Comerciais:

            A globalização é responsável pela ampliação, diversificação e sofisticação dos fluxos de comércio, sendo 2/3 desse fluxo transações inter e intraempresas transnacionais. Isso alavanca trocas internacionais, numa integração entre grupos e países [NAFTA, União Europeia,  MERCOSUL, etc.].


Resumindo:

↳ As vantagens do comércio internacional estão centralizadas no custo oportunidade de um produto em relação a outro.

↳ Elementos importantes: dotação de fatores, evolução da tecnologia de produção, existência de economias de escala internas às empresas, e economias de escala externas às empresas e internas ao setor ou indústria.

↳Um país exporta um produto quando tem vantagem comparativa em sua produção [NÃO absoluta].